sexta-feira, 25 de abril de 2008

GRAFFITI BAIANO CONQUISTA ESPAÇO NA CAIXA CULTURAL SALVADOR




Brasilia, 01 de Abril de 2008
As paredes da galeria da CAIXA Cultural Salvador recebem o traço grafiteiro de dez artistas locais. O grupo produziu diretamente nas paredes da galeria, durante os dois dias, os trabalhos que serão exibidos ao público a partir da próxima sexta-feira, dia quatro de abril, na mostra “Arte Graffiti na Galeria” – uma proposta de intercâmbio entre as ruas e as galerias, idealizada pela Pronto Comunicação e Cultura.

Os trabalhos ficarão expostos até quatro de maio e a visitação é gratuita. A abertura, para convidados, acontece no próximo dia três, às 20h, na sequência das atividades do Dia Nacional do Graffiti, em 27 de abril, e das quais os artistas da mostra também participaram. A exposição faz parte do conjunto de ações aprovadas para patrocínio da CAIXA Cultural pelo Edital 2007 para ocupação dos seus espaços.

O público terá a oportunidade de debater com os 10 grafiteiros sobre as obras expostas e sobre o graffiti no cenário baiano, às 15h do dia quatro de abril, sexta-feira. A atividade é aberta ao público em geral, mas as vagas são limitadas. Serão distribuídas senhas de acesso no dia do evento.

No sábado, dia 12 de abril, às 10h, acontece uma oficina gratuita de graffiti, também aberta ao público, com 30 vagas. As inscrições podem ser feitas na própria CAIXA Cultural, pelos telefones (71) 3322-0228 e 3322-0219.

“É a primeira vez que o graffiti baiano aparece nas galerias com esta projeção", diz Ilka Danusa, produtora executiva da mostra. E completa: "É uma oportunidade de valorização dos grafiteiros atuantes nas ruas baianas”. Participam da exposição os dez grafiteiros que mais se destacaram no curso “Graffiti: Arte, Liberdade e Profissionalismo”, realizado na própria CAIXA Cultural, entre os dias 13 de novembro e seis de dezembro, no ano passado.

Ao todo, trinta artistas participaram do curso. O objetivo do projeto da Pronto Comunicação e Cultura é divulgar os artistas graffiti de Salvador. Afro (Fábio Silva Mota), Samuca (Samuel Silva dos Santos), Limpo (Fábio Pinheiro), Lee 27 (Josenildo Mendes), Bigod (Jocivaldo Silva), Denis Sena, Tárcio (Tárcio Moreira), Seden (Eder Jones Silva), Marcos Costa e Sins (Olivier Siebel) são as assinaturas que transpõem agora as bicentenárias portas da CAIXA Cultural Salvador.

Para Josenildo Mendes, o Lee 27, que faz uma homenagem a Xangô na galeria, o curso na CAIXA Cultural foi importante principalmente no que se refere à divulgação do seu trabalho. "A gente não fazia muito a idéia de como preparar um press-release, um portfólio", disse ele.

Marcos Costa elogia o "caráter dinâmico" do curso, que "alargou a nossa visão das coisas e ensinou, por exemplo, a tirar fotografias do nosso trabalho". Para ele, o mais importante foi a "visão empreendedora de como trabalhar o graffiti, de forma artística e profissional". A produção de Marcos para a galeria da CAIXA Cultural aborda a própria experiência da exposição: "Rua > Galeria > rua de novo".

Estudante de artes plásticas na Universidade Federal da Bahia, Marcos tem 25 anos e aderiu ao graffiti desde os 19. Expor no espaço da CAIXA Cultural é, na opinião dele, "uma vitória muito grande para o movimento graffiti de Salvador".

O regulamento do projeto exigia não só que os artistas fossem efetivamente grafiteiros, maiores de 16 anos, com trabalhos nas ruas nos últimos dois anos, mas também que apresentassem interesse em projetos voltados para as respectivas comunidades. A seleção dos que freqüentaram o curso levou em conta todas essas informações.

Discutindo a relação rua-galeria numa reflexão histórica, estética e profissional da arte do graffiti, o curso debateu as possibilidades profissionais e de divulgação em pequenos meios, na grande imprensa e em ambiente virtual, além da elaboração de portfólios.

Em módulos específicos de discussões teóricas, políticas e com relatos de experiências no mundo da arte urbana, os grafiteiros expandiram o seu espaço artístico vital.

Serviço
O quê: Exposição "Arte Graffiti na Galeria”
Abertura: quinta-feira, três de abril de 2008, às 20h
Visitação: entre quatro de abril e quatro de maio de 2008, de terça a domingo e das 9h às 18h, com entrada franca e visitas guiadas para escolas, ONGs, instituições de apoio social e grupos em geral.
Onde: CAIXA Cultural Salvador - Rua Carlos Gomes, 57 – Centro, Salvador (BA)
Telefones: (71) 3322-0228, 3322-0219

SEBAR



SELETIVA ESTADUAL DE BASQUETE DE RUA...
A CONVITE DE ABEÚ E ALCOOL OS GRAFITEIROS GANHARAM SEU ESPAÇO NESTE EVENTO.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Samuca




Nascido em Salvador, desde muito cedo interessado pelo o universo das artes, comecei ainda criança em meados dos anos noventa, a rabiscar e pintar papéis. O ato de desenhar sempre foi algo muito relaxante para mim. Lembro-me bem que enquanto as crianças da vizinhança se divertiam andando de bicicleta,correndo,pulando eu dedicava horas à construção dos meus desenhos.
Mesmo na infância a arte do graffiti, ainda “arcaico”, já exercia em mim um forte interesse, naquela época havia um artista eu residia na mesma rua que eu, suas pinturas eram pra mim uma grande fonte de inspiração.
Alguns anos mais tarde, quando já é chegada a adolescência,o interesse pelas artes de rua se tornou muito maior, no caminho para o colégio ficava a contemplar trabalhos de artistas que já atuavam na cena artística de salvador, foi então que no ano de 2002 fiz a minha primeira pintura, no muro da casa de um colega.Logo depois me encorajei, comprei alguns materiais e comecei a caminhar de maneira solitária pelas ruas em busca de muros para minhas novas experimentações .A principio utilizava o pseudônimo “Sagaz”,algum tempo depois passei a usar “Flint”, mas foi com “Samuca” que realmente me identifiquei.
Além dos meus trabalhos com tinta spray, realizei trabalhos onde utilizei outras técnicas da street art,como os stencils , realizei também intervenções urbanas com os chamados stikers ou lambe-lambes.
No ano de 2004 participei, no bairro do Cabula, da oficina de graffiti do Projeto Cidadão dirigido por Antônio Jorge, onde as aulas eram ministradas pelo artista plástico e grafiteiro Denis Sena, a princípio era apenas um aluno, porém por já fazer graffiti e desenhar a algum tempo possuía uma certa habilidade e então passei a atuar como arte-educador juntamente com Denis Sena. Esse contato com Denis Sena e Antônio Jorge foi pra mim muito importante, pois a partir daí pude notar a importância do graffiti como ferramenta de transformação e passei a atuar em vários projetos como arte-educador.
Atualmente sou estudante de artes plásticas na Escola de Belas Artes (UFBA), onde busco conhecimento de arte, tanto no aspecto prático quanto no teórico, acrescentando esses conhecimentos acadêmicos à linguagem urbana.